Preocupações com Laços Chineses e Exportação de Chips Nvidia Colocam Acordo em Risco no Quênia
Em maio, a Microsoft e a G42, uma empresa de inteligência artificial dos Emirados Árabes Unidos (EAU), anunciaram um investimento de US$ 1 bilhão no Quênia, com planos para construir um centro de dados geotérmico. Contudo, questões de segurança nacional nos Estados Unidos ameaçam o futuro desta parceria estratégica.
O governo americano teme que a colaboração com a G42, que já teve vínculos estreitos com empresas chinesas, possa comprometer a segurança nacional dos EUA. Para mitigar esses riscos, uma das condições do acordo é que a G42 corte completamente seus laços com entidades chinesas em troca de um investimento adicional de US$ 1,5 bilhão da Microsoft. No entanto, autoridades do Pentágono duvidam da capacidade da G42 de cumprir essa exigência.
Além disso, a exportação de chips Nvidia H100 para o Oriente Médio é outro ponto de preocupação. Esses chips são cruciais para centros de dados de IA, e alguns oficiais americanos comparam sua importância à proliferação nuclear. A Microsoft está trabalhando com o Conselho de Segurança Nacional e o Departamento de Comércio dos EUA para garantir que a segurança nacional continue sendo priorizada.
O Quênia foi escolhido como a base inicial para essa iniciativa devido à sua população jovem e crescente ecossistema tecnológico. No entanto, a corrupção, a lavagem de dinheiro e a infraestrutura deficiente representam desafios significativos para a operação das empresas americanas no país. A influência chinesa na região, com empresas como Huawei e ZTE, que oferecem empréstimos e assistência técnica, também intensifica a competição.
O governo Biden continua a formar parcerias com grandes empresas para expandir sua influência geopolítica, promovendo corredores econômicos que gerem empregos e investimentos. No entanto, esses esforços ainda não superam os investimentos chineses em países em desenvolvimento. Projetos como o Corredor Econômico Índia-Médio Oriente-Europa (IMEC) e o Corredor do Lobito na África são exemplos de iniciativas que ainda precisam ganhar tração.
Para proteger a tecnologia exportada, os EUA consideram várias medidas, incluindo o uso de auditores terceirizados e a implementação de controles rigorosos nos centros de dados. A G42 já contratou uma auditoria independente para verificar o cumprimento das condições do acordo, embora haja preocupações sobre possíveis conflitos de interesse.
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